quinta-feira, 23 de abril de 2015
ALFABETIZAÇÃO


O trabalho em grupo tem importante papel na aprendizagem, pois facilita a sociedade dos conhecimentos. As crianças , quando trabalham em grupos ou duplas, podem confrontar e compartilhar suas hipóteses, trocando informações.

A experiência tem mostrado que a organização da classe para a realização de atividades em grupos ou duplas requer a prévia combinação de padrões de comportamento entre professor e aluno, que deverão ser respeitados a fim de tornar o trabalho produtivo.

Segundo Teberosky & Cardoso, o trabalho em grupo ou dupla deverá obedecer aos seguintes critérios:

• Seleção das duplas ou dos elementos do grupo, de modo que haja possibilidade 

• Ajuda para que consigam estabelecer um acordo e todos os componentes 

É necessário, também, deixar claro que os alunos os controladores da produção: 

Enquanto dita (é o “ditante”, termo usado por Teberosky), o outro ou os outros 

escrevem e acompanham a atividade, para verificar se a escrita está saindo certa.

Além do controle da forma correta de escrever ou de desempenhar a tarefa, 

o grupo precisa sentir-se responsável e fazer com que todos os elementos 

trabalhem. Para que isso aconteça, é importante a cooperação entre eles. Aquele 

aluno que “sabe mais” vai orientar o que “sabe menos”, executando juntos, então, 

Em função desses benefícios que o trabalho em grupo faz a aprendizagem, 

sugerimos sempre essa estratégia em sala de aula.

TRABALHANDO COM LETRAS

De acordo com a fala de Esther Grossi, “há fortes indícios de que, para uma 

boa alfabetização, as letras necessitam adquirir status de categoria lingüística 

independente durante o processo, ao menos de forma implícita. Teoricamente 

também se vê que o manejo das inter-relações entre letra, sílaba e texto são 

condição para a alfabetização” (2).

Entre outros motivos citados pela autora, a criança precisa conhecer as letras 

como entidades em si mesmas para identificar: 

• O nome de cada letra e seu som correspondente (“a associação do som à letra 

do nome próprio, por exemplo, passa à dimensão sócio-afetiva, porque seu nome 

é a palavra de maior significado para ela”).

• As formas diversificadas de cada uma.

• Sua apresentação: maiúscula, minúscula, cursiva, de imprensa.

• Suas linhas: curvas, retas.

O conhecimento da seqüência em que as letras são apresentadas no alfabeto 

– o que foi convencionado arbitrariamente – também é importante no decorrer 

do processo da alfabetização, porque essa seqüência é utilizada socialmente na 

organização de dicionários, catálogos telefones e outras listas.

TRABALHO COM PALAVRAS

Decidimos começar com o nome próprio por ser a palavra mais significativa para 

a criança, pois permite contato com diferentes sílabas, diferentes tamanhos de 

palavras e proporciona a constatação das sílabas e até mesmo o valor sonoro de 

O nome – a primeira palavra-chave que servirá de modelo – será apresentado 

para a criança através do crachá

O livro trabalha, alternadamente, modelo e solicitação de escrita espontânea, pois 

segundo Ana Teberosky:

• “A escrita a partir de modelos situa-se a meio caminho entre as atividades de 

interpretação e as de produção”.

• “O modelo dá informação à criança sobre as letras, tanto de sua forma 

convencional como do valor qualitativo indicador da presença de uma palavra”.

• “O modelo dá informação sobre a quantidade de letras necessárias para 

• “O modelo dá informação sobre a variedade, posição e ordem das letras em 

uma escrita convencional”.

• Finalmente, “o modelo serve de ponto de referência para confrontar as idéias 

das crianças com a realidade convencional da escrita” (3).

TRABALHO COM TEXTOS

O aluno precisa ler, ouvir leituras e escrever para efetivamente aprender a ler e 

escrever. Por isso, ênfase maior no trabalho de alfabetização deve ser no texto.

Esse trabalho envolve textos informativos, poéticos, folclóricos, interativos, 

narrativos, normativos e ainda textos criados pelas próprias crianças, em duplas 

ou grupos, produzidos oralmente para, depois, serem escritos.

Selecione textos de acordo com o gosto e o interesse das crianças, levando em 

conta a faixa etária. Procure leituras que viabilizem o contar, recortar, encenar, 

recriar, desenhar e que possibilitem à criança interagir com a história, alterando os 

papéis de leitor / autor / ouvinte.

Propicie às crianças o contato com diversos tipos de texto. Acreditamos que 

assim ela poderá encontrar a legitimidade da função de cada um.

Cabe ao professor ter em mente e transmitir à criança que a leitura e a escrita não 

ocorrem só no interior da escola, mas, principalmente, fora dela.

Evite utilizar a leitura de histórias apenas com o pretexto de retirar do texto 

palavras para análise e estudo da língua.

A leitura de histórias deverá ser diária, por sua importância no desenvolvimento 

do processo ensino-aprendizagem da leitura e da escrita e por aumentar o 

vocabulário da criança e sua capacidade de interpretação dos fatos.

Faça também “recortes” de situações emergentes e, a partir deles, crie textos e 

estude palavras-chaves. Se uma criança ganhar um gatinho, por exemplo, você 

poderá aproveitar para produzir um relatório com a classe e explorar a palavra 

Aproveite os acontecimentos sociais, notícias do mundo (de jornais, revistas, 

rádio, televisão, etc.), e explore em sala de aula os que tenham despertado o 

Para trabalhar com jornais, por exemplo, traga para a classe vários exemplares 

inteiros e, inicialmente, em grupo, deixe as crianças explorarem todo o material, 

verificando as seções, as gravuras, as manchetes, etc. (pode ser que na classe 

existam alunos que nunca manusearam um jornal).

 em seguida, proponha aos alunos que tentem achar a notícia que, 

eventualmente, está sendo comentada por todos (pode ser que utilizem o 

recurso da gravura par identificá-la). Ficam a seu critério, de acordo com o 

desenvolvimento da classe, as estratégias de trabalho: reescrita do título, 

reescrita de trecho da notícia, ilustração da notícia, etc.

Se resolver trabalhar com uma parlenda, uma poesia, traga para a classe o livro 

que contém esse portador de texto e não apenas o texto mimeografado, a fim de 

que a criança possa explorar a capa e as ilustrações.

É importante pedir aos alunos que estudem (decorem) em casa histórias, 

pequenas trovas, parlendas ou letras de músicas; isso permitirá a “brincar de ler” 

TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

A leitura é um encontro interior profundo com a mensagem escrita. O leitor 

raciocina, avalia, julga as idéias, aceitando-as ou rejeitando-as. É um trabalho 

intelectual e emocional.

A interpretação de textos deve ser permeada de perguntas, cujo conteúdo pode 

variar conforme a natureza e as possibilidades do texto. Há textos que favorecem 

a análise de causa e efeito, outros favorecem a exploração de detalhes, outros 

ainda a apresentação de atitudes ou julgamentos (4).

Sugestões de aspectos que podem ser explorados nos textos:

- Identificação do tipo textual.

- Identificação das personagens e exploração da personalidade de cada uma.

- Identificação da idéia principal.

- Seqüência de fatos: início, meio e fim.

- Opinião sobre o texto.

Perguntas que podem ser feitas:

Quanto ao título: Você escolheria outro?; quanto ao final da história: se você fosse 

o autor, modificaria ou deixaria este mesmo?

Ao interpretar uma gravura (o que é uma forma de ler), o aluno verbaliza essa 

leitura, colocando em palavras a sua compreensão; as relações entre as 

personagens e os objetos e as seqüências de fatos.

A percepção e a compreensão de relações na interpretação de imagens preparam 

o aluno para perceber e compreender a ação das personagens dentro de um 

texto, e permitem a “antecipação” na leitura.

É comum vermos uma criança pequena “ler” um livro apenas descrevendo as 

ilustrações ou mesmo criando uma história a partir delas.

Procure sempre fazer perguntas sobre as imagens, mas escolha questões que 

não sugiram as respostas e que não sejam óbvias demais. Faça perguntas que 

estimulem o pensamento e o raciocínio, que propiciem às crianças emitirem suas 

próprias opiniões, seus valores pessoais.

O “erro” precisa ser trabalhado e não evitado, pois é normal e faz parte do 

processo de construção da escrita pela criança. A postura do professor diante 

dele é que deve ser modificada.

É necessário deixar a criança ler e escrever espontaneamente, mesmo 

cometendo erros: através deles, o professor pode interpretar as hipóteses da 

criança sobre a escrita e avançar, oferecendo-lhes novos desafios ou retomando 

alguma atividade anterior.

Neste livro sempre realizamos algumas atividades de retomada de dificuldades 

para atender a essas diferenças de ritmo de aprendizagem.

Converse com seus alunos sobre os erros cometidos e proponha a auto-
correção, sem contudo inibi-los ou deixá-los com a sensação de incapacidade.

Cabe ao professor decidir e avaliar quando fazer as correções: em alguns 

momentos deverão ser coletivas, em outros, individuais. No entanto, corrija 

sempre as lições de classe e as de casa.

Quando os alunos estiverem produzindo textos, corrija-os através da reescrita.

Explique para os alunos que todo-escritor relê seus escritos várias vezes e 

submete seu texto a uma correção feita por outra pessoa. Fale que eles – os 

alunos – também precisam ler e reler seus escritos para finalmente passá-los a 

limpo e considerá-los prontos e acabados (5).

Outro cuidado que você precisa ter é não alterar o sentido do texto do aluno e sua 

idéia central, corrigindo apenas os erros ortográficos e de concordância.

O trabalho da escrita e da reescrita em grupo ou duplas favorece a criação do 

texto e ainda evita que os alunos se sintam melindrados na hora da correção ou 

reescrita na lousa. (6). 

Durante o processo de produção de texto, observe cuidadosamente os elementos 

do grupo e sugira a alternância de papéis: o aluno que escreve (o escriba) deve 

também desempenhar o papel do criador (o que elabora o enredo) ou o do ditante 

(o que dita) para o colega.

Como trabalhar a reescrita 

• Escolha uma das produções e escreva na lousa com todos os erros.

• Leia ou peça para o autor ou autores lerem o texto e deixe que eles 

percebam os erros cometidos.

• Após identificar os erros, solicite à classe sugestões quanto à nova 

organização da frase ou forma correta de escrever a palavra.

• Selecione para a reescrita a produção que contenha os erros que 

frequentemente ocorrem com a maioria da classe.

• Escolha a cada dia a produção de um grupo ou dupla diferente de modo 

que todos tenham a chance de ter seus textos reescritos.

Os momentos de produção e reescrita devem ser vistos de maneira prazerosa e 

rica em termos de aquisição da língua.

Crie um clima de desafio e participação coletiva que possibilite a todos se 

beneficiar das atividades.

A lição de casa não deverá ser motivo de ansiedade para a criança. Você poderá 

dar como lição de casa atividades que os alunos á tenham feito na classe ou 

variações de atividades que exijam o mesmo tipo raciocínio, a fim de que a 

criança possa fazê-las sozinha sem ajuda.

Você estipulará a freqüência e a quantidade de tarefas para casa. O mais 

importante é que a criança forme o hábito de estudar e adquira a responsabilidade 

ao fazer a lição de casa.

USO DO CADERNO

PREPARANDO O AMBIENTE DA SALA DE AULA

Ao organizar sua sala de aula para momentos de leitura, é importante criar um 

ambiente rico, estimulador e agradável para as crianças.

Evite colocar as carteiras umas atrás das outras, em fileiras, pois essa 

organização impede a socialização e dificulta o trabalho em grupo.

Organize-as em forma de meia-lua, em grupos de duas ou quatro, ou em dois 

Todas as atividades que vamos propor a seguir deverão, na medida do possível, 

ser elaboradas com a participação dos alunos.

Junto com as crianças, escrever em etiquetas os nomes dos objetos da sala 

de aula, fixando-as de maneira que fiquem visíveis para todos. Assim, desde 

o primeiro dia de aula o aluno já terá a oportunidade de assistir a atos de 

escrita e constatar que se escreve da esquerda para a direita, que as palavras 

possuem um número variado de letras, que as letras seguem determinada 

ordem na palavra e, sobretudo, que as coisas faladas ou nomeadas podem ser 

representadas através da escrita.

Faça um cartaz dos Aniversariantes do Mês. Escreva o nome dos alunos nos dias 

e que fazem aniversários e a idade de cada um. Comemore a data no final da 

aula ou como combinado pelo grupo.

É importante para a formação do espírito de cidadania que, desde cedo, o aluno 

seja capaz de discutir com o grupo todas as atividades a serem tomadas em 

sala de aula que aprenda a acatar as decisões grupais e, principalmente, emitir 

Seguindo essa linha de ação, faça um cartaz dos Ajudantes do Dia. Escolha 

com o grupo as atividades que precisam de ajudantes para serem executadas e 

relacione no cartaz. Registre também os critérios estabelecidos pelas crianças e 

quais os encarregados dos afazeres do dia.

Organize com os alunos “cantinhos” na sala de aula para:

• sementes, desenhos de animais, exposição de trabalhos de mesinha, dobradura 

• Caixas ou potes de lápis de cor, giz de cera, guache, tesouras, brinquedos (de vasos de plantas, experiências diversas;

• caixas com revistas em quadrinhos e livros de historias; jornais e revistas para leitura, pesquisas e recortes.

Etiquete cada cantinho com o respectivo nome.

Determine com a classe as regras para a utilização dos objetos dos cantinhos.

Estenda varais na classe para pendurar os trabalhos das crianças: desenhos, pinturas, colagens, produção de textos.

Determine com a classe o que deverá ser pendurado no varal e quantos dias cada material ficará exposto.

Um comentário:

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