terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ESTRATÉGIAS PARA DIAGNÓSTICO E AS POSSÍVEIS FORMAS DE AGRUPAMENTOS

PARA QUE SERVE O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico serve para o aluno mostrar o que sabe e para o professor planejar as atividades que ajudarão os alunos a se desenvolverem.

Neste momento não é hora de fazer o aluno entrar em conflito. Para isso existem as atividades específicas, tais como: letras móveis, escritas em duplas, jogos, etc. 

Assim, durante a sua realização o professor deve facilitar a tarefa para a criança mostrar o que sabe.

COMO FACILITAR A TAREFA DA CRIANÇA EM MOSTRAR O QUE SABE?

Organizar listas de 4 palavras do mesmo campo semântico seguindo a seguinte classificação: uma polissílaba; uma trissílaba; uma dissílaba; uma monossílaba.

Evitar a repetição de sílabas com a mesma vogal. No início da alfabetização, é comum as crianças ficarem presas no uso da quantidade mínima e no eixo da variedade de letras. Se não houver esta variedade podemos bloquear as crianças, dificultando um diagnóstico mais preciso.

LISTA QUE FACILITA O DIAGNÓSTICO

- PELICANO 
- MOSQUITO 
- PIOLHO 
- COBRA 
- RÃ

LISTA QUE NÃO FACILITA O DIAGNÓSTICO

- BOLO
- BALA 
- BOMBOM
- CHICLETES
- DOCE

Diagnóstico de frase?!?!: o ideal é solicitar à criança que escreva um texto conhecido: trecho de música, parlenda, etc.

Segue abaixo uma sugestão de Avaliação Diagnóstica:

NOME:_____________________________________________

1a ATIVIDADE DIAGNÓSTICA – 1o ANO - ____/____/2015

1.CIRCULE NO QUADRO AS LETRAS DO SEU NOME.
           (monte um quadro com o alfabeto completo)
A B C D E F G

N I J K L M N

O P Q R S T U

V W X Y Z

2. ESCREVA COMO SOUBER O SEU NOME NO ESPAÇO ABAIXO.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. DESENHE COMO VOCÊ É.



2a ATIVIDADE DIAGNÓSTICA – 1o ANO - ____/____/2015

4. CIRCULE O NUMERAL DA QUANTIDADE DE CADA CONJUNTO.
(Cole  em dois quadros uma das quantidades abaixo de duas figuras diferentes)
(por exemplo: cinco flores)                                   (por exemplo sete bolas)
 3 - 4 - 5 - 6                                                           6 - 7 - 8 - 9

5. MARQUE O DESENHO EM QUE O NOME RIMA COM LIMÃO.
          (cole três figuras mas apenas uma deve terminar com "ão")

6. CIRCULE TODA VEZ QUE A PALAVRA MALA APARECE.
 
                                   NABO           MELÃO           MALA
MALA
                                    LATA           MALA              MATA


3a ATIVIDADE DIAGNÓSTICA – 1o ANO - ____/____/2015

7. ESCREVA A PRIMEIRA LETRA DO NOME DOS DESENHOS.


8. FAÇA O QUE A PROFESSORA VAI INDICAR.
(monte um quadro com oito figuras diferentes - pato, cavalo, rato, moto, tartaruga,leão, avião, bola)
peça para que seu aluno pinte apenas as figuras que terminam com "to" ou com "ão"

ESCREVA COMO SOUBER OS NOMES DOS DESENHOS.
(cole dois desenhos, pipa e boneca por exemplo, e deixe um traçado para a escrita do nome)
             ___________________________                    
             ___________________________


4a ATIVIDADE DIAGNÓSTICA – 1o ANO - ____/____/2015

10. REPRESENTE A QUANTIDADE DE BORBOLETAS EM CADA QUADRO.
(Faça 4 quadros com com quantidades diferentes de borboletas, não mais que nove em cada um)

11. ESCUTE A FRASE QUE A PROFESSORA VAI FALAR E FAÇA UM DESENHO
(leia a frase sem pausas)                      A CHUVA CAI NO JARDIM.




5a ATIVIDADE DIAGNÓSTICA – 1o ANO - _____/____/2015

12. PENSE E ESCREVA O NOME DOS DESENHOS.
(cole Aqui  4 desenhos com traçado para a escrita do nome)

13. O QUE MAIS SEI ESCREVER.
_______________________________________________________


A Avaliação está dividida em cinco fases, pode ser aplicada em dias diferentes do mesmo mês.

QUE CUIDADOS DEVEMOS TER AO APLICAR O DIAGNÓSTICO?

  • Dominar a construção da escrita para saber exatamente o que os alunos pensam quando escrevem.
  • Realiza-lo individualmente.
  • Não escandir as palavras.
  • Pedir que leiam o que escreveram.
  • Não corrigir o que o aluno escreveu.
  • Deixá-lo à vontade para apagar, reescrever ou aumentar letras que queiram.

COMO AGRUPAR OS ALUNOS PENSANDO NA BASE ALFABÉTICA?

Antes de agrupar os alunos, precisamos ter clareza do que queremos trabalhar e o que sabe cada aluno: sabe traçar as letras? Conhece as letras? Qual é seu nível de escrita?

Não podemos agrupar as crianças que pensam igual. O ideal é que possamos agrupá-las por nível de aproximação para que, ao escreverem juntas, entrem em conflito cognitivo e modifiquem sua aprendizagem.

Dessa forma, em alguns momentos uns alunos ajudam os colegas e em outros momentos serão ajudados. Por isso é necessário que se promova rodízios freqüentes, tomando como ponto de partida o diagnóstico. Outro aspecto que devemos levar em conta é o comportamento das crianças.

QUAIS SÃO AS POSSÍVEIS FORMAS DE AGRUPAMENTO?

NÍVEL PRÉ-SILÁBICO
  • Aluno que não sabe grafar letras (movimentos contínuos e descontínuos) com um que sabe letras.
  • Aluno que só grafa letras do nome com um que já conhece muitas letras.
  • Aluno que conhece muitas letras com outro que também conhece, porém, que já percebe o som inicial ou final das palavras.
  • Aluno que percebe o som inicial ou final das palavras com um aluno que se encontra no nível de escrita silábico evoluído.
  • Aluno que conhece muitas letras com um aluno que se encontra no nível de escrita silábico restrito.

  • Aluno que se encontra no nível silábico restrito (SVS - sem valor sonoro) com outro que se encontra no nível silábico evoluído(CVS - com valor sonoro).
  • Aluno que só usa a mesma letra com outro que registra mais letras.
  • Aluno que se encontra no silábico evoluído com outro no nível silábico alfabético.

  • Aluno no nível silábico-alfabético com outro do nível alfabético.

  • Turma toda alfabética: dá conta de escrever sílabas complexas? Percebe que se fala de um jeito e escreve de outro? Aglutina? Já segmenta?

CONSTRUÇÃO DA BASE ALFABÉTICA

Através da análise das escritas dos alunos, podemos pensar em algumas propostas que propiciam a construção da base alfabética.

Estas são algumas possibilidades. Participar (ora como observador, ora como escriba) de situações reais e significativas em que a leitura e a escrita estão presentes com sua função social, é, sem dúvida, a mais rica possibilidade de pensar sobre a base alfabética.

PARA CONHECER AS LETRAS

  • Presenciar momentos significativos de escrita;
  • Trabalhar com as fichas do nome;
  • Aprender as letras de seu nome e dos colegas;
  • Aprender a ordenar as letras do nome;
  • Brincar de bingo;
  • Forca (professora escriba);
  • Bingo com a ficha do nome próprio e dos colegas;
  • Memória: nome X inicial ou retrato X inicial;
  • Cruzadão com letras móveis;
  • Brincar de caldeirão com a professora como escriba.

PARA APRENDER A GRAFAR AS LETRAS

  • Realizar muitas tentativas de escrita significativas com um propósito e finalidade;
  • Presenciar pessoas escrevendo com um propósito e finalidade;
  • Aprender a escrever o seu nome e o dos colegas (anotar nomes nas atividades, os nomes dos colegas do seu time, etc);
  • Caldeirão da bruxa, forca e jogo do professor (tendo a criança como escriba).

PARA PERCEBER A ORIENTAÇÃO DA ESCRITA

  • Presenciar situações significativas de escrita que tenham um propósito e finalidade;
  • Escrever em dupla com um colega que já começou a pensar na orientação da escrita;
  • Ser comunicado (conhecimento social);
  • Colocar as letras do seu nome e dos colegas em ordem com letras móveis;
  • Caldeirão, jogo do professor;
  • Ser questionado pelo professor ao colocar a primeira letra do seu nome, onde colocará a próxima;
  • Cruzadão com letras móveis.

PARA CONSTRUIR VALOR SONORO (CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA)

  • Adedanha ou adedonha, o também chamado "Stop ortográfico";
  • Alfândega;
  • Aliteração: figura de linguagem que consiste em repetir consoantes, vogais ou sílabas num verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas.
  • Rima;
  • Escrever textos de memória (poesias, rimas, parlendas) ou palavras estáveis;
  • Realizar escritas espontâneas com propósito e finalidade;
  • Diagramar textos de memória;
  • Escrever em dupla com um colega que já começou a pensar na consciência fonológica;
  • Lista com a mesma letra inicial (buscar um mesmo campo semântico);
  • Bingo e memória (cartela de animais X inicial ou o contrário);
  • Tentar ler palavras que começam com a mesma letra inicial.

PARA CRIANÇAS QUE AGLUTINAM

  • Texto aglutinado para segmentá-lo;
  • Escrever em dupla com um colega que segmenta;
  • Caça-palavras;
  • Diagramar textos significativos;
  • Presenciar pessoas pensando sobre aglutinação e segmentação.

PARA CRIANÇAS QUE ORA ESCREVEM A SÍLABA COMPLETA, ORA NÃO  
(NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO)

  • Ganhar volume de leitura;
  • Ter muita possibilidade de pensar na escrita;
  • Escrever textos de memória;
  • Escrever um dupla com um colega que está alfabético;
  • Ler o que escreveu;
  • Atividades de consciência fonológica;
  • Letras embaralhadas em lacunado;
  • Caldeirão e forca;
  • Lacunado;
  • Cruzadinha;
  • Caça-palavras.

TRABALHO COM JOGOS

  • Utilizar em momentos sistematizados com o objetivo de pensar sobre a construção da escrita;
  • Conhecer suas possibilidades de intervenção;
  • Deve ser adequado ao diagnóstico realizado;
  • Realizar em duplas ou grupos de acordo com o diagnóstico;
  • Repeti-lo para que possa intervir em diferentes grupos.

TRABALHO COM PARLENDA

Por que trabalhar textos de memória?
  • ESSE TIPO DE TEXTO É SIGNIFICATIVO;
  • AJUDA NA ASSOCIAÇÃO;
  • A ESTRUTURA JÁ ESTÁ GARANTIDA E O ALUNO VAI INVESTIR SOMENTE NA ESCRITA.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA O TRABALHO COM PARLENDAS:

Ir graduando as dificuldades, de acordo com o ritmo da sua turma:

1) Apresentar a parlenda em um cartaz em sala;

2) Ler para as crianças passando o dedo em palavra por palavra;

3) Memorizar a parlenda e utilizá-la em brincadeiras corporais;

4) Usá-las para sortear ajudantes, quem começa um jogo ou atividade, locomover-se pela escola, etc;

5) Pedir para as crianças virem a frente ler a parlenda para os colegas;

6) Promover um recital de parlenda para trabalhar a oralidade;

7) Fazer os personagens da parlenda de material reciclável;

8) Cortar as parlendas em tiras para as crianças ordenarem;

9) Levar a parlenda para casa para “ler” para os pais em uma bolsinha ou envelope;

10)Recortar a parlenda em palavras para as crianças realizarem a diagramação;

11) Desenhar os personagens da parlenda;

12)Fazer um livro com as parlendas preferidas do grupo;

13)Fazer uma lista com as palavras que rimam;

14)Fazer a caixa de parlendas: palavras em tiras. O aluno retira a tira e tem que recitar a parlenda da qual essa palavra faz parte;

15)Fazer bingo com as palavras da parlenda;

16)Jogar as palavras da parlenda no chão para adivinharem onde está escrita cada palavra: quem acha a palavra CAPITÃO... vou dar uma dica... termina com O;

17)Realizar a escrita da parlenda após ter sido memorizada em dupla;

18)Fazer lacunados para que completem: 

REI ________

_________ LADRÃO

(Variação: lacunado com grade)

19)Memória: desenho X palavras da parlenda;

20) Caça-palavras e cruzadinha das palavras da parlenda;


IMPORTANTE!  É necessário um trabalho constante com a parlenda, num período de no mínimo 2 semanas.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA O TRABALHO COM NOME

1o momento: nome do aluno

1) Apresentação do nome do aluno utilizando o crachá. Cada aluno irá falar para os colegas após entrevista realizada em casa com os pais: nome e origem, quem o escolheu, se gosta ou não do nome, que outro nome gostaria de ter e porquê.

2) Identificação do próprio nome no crachá ou ficha: espalhar os crachás no chão e cada criança descobrirá seu nome. A professora poderá dirigir a atividade, indagando:
  • Onde você acha que está escrito seu nome?
  • Mostre com o dedinho onde está escrito seu nome.
  • Por onde a gente começa a escrever seu nome?
  • Como você sabe que este nome é seu?
3) Chamar atenção para outros aspectos: nome pequeno, nome grande, letra inicial e final, letras repetidas, formato das letras, etc.

4) Embaralhar os nomes para cada aluno encontrar o seu.

5) Uso das fichas na rodinha para o aluno identificar o próprio nome e depois os dos colegas.

6) Brincar de “Coelhinho vai para a sua toca”: espalhar as fichas e os alunos correm ao redor; quando o professor gritar “Coelhinho, ache sua toca” cada um deverá encontrar a toca onde está a ficha de seu nome.

7) Dança da cadeira: dançar ao som de uma música cantada pelos alunos. 

Quando a música acabar, cada aluno deverá sentar na cadeira onde está seu nome (colocar alunos a mais que o número de cadeiras, mas tomar cuidado para que todos tenham a oportunidade de participar).

8) Jogo de esconde-esconde: os meninos escondem as fichas com os nomes das meninas e vice-versa. Ao sinal da professora, cada um procurará sua ficha.

9) Sempre registrar nome nas atividades mimeografadas.

10) Observando a ficha, modelar as letrinhas do nome.

11) Quebra-cabeça do nome: cortar a ficha em pedaços, em sílabas e depois em letrinhas para a criança montar e depois colar.

12) Bingo de letras.

2o momento: nome do colega

1) Faça ações de incentivo, fale com os alunos que “iremos escrever no caderno o nome dos nossos coleguinhas, para guardar de recordação...”

2) Escolha um nome por dia (2 ou 3 vezes por semana).

3) Escreva o nome no quadro.

4) Peça para a turma ler o nome.

5) Ressalte detalhes como: tamanho do nome, letras repetidas, acento...

6) Conte as letras do nome e pergunte aos alunos quem sabe o nome de cada uma. Caso não saibam, você pode falar.

7) Usando palmas, “cante” o nome para descobrir quantos pedacinhos tem (divisão silábica – oral).

8) Deixe exposto no quadro, cartaz, o nome escolhido do dia.

9) Sempre faça a leitura dos nomes.

À medida que outros nomes forem trabalhados, após aproximadamente 2 semanas, realize também as atividades abaixo:

1) Sortear ajudantes para os alunos identificarem quem é, observando a ficha.

2) Embaralhar as fichas e deixar que cada aluno retire, sem olhar, uma ficha e diga para a turma o nome que pegou.

3) Cantar músicas para a chamada: os alunos começam a cantar e a professora mostra então uma ficha. Os alunos deverão completar a música com o nome que está na ficha mostrada.

4) Separar nomes de meninos e meninas.

5) Dominó de nomes.

6) Completar nomes faltando letras, observando modelo.

7) Caça-palavras: começar com poucos nomes.

8) Labirinto: passar por um determinado caminho onde só tenha nome de... 

9) Bingo de nomes.

10) Boliche com os nomes.

11) Ligar nomes iguais.

12) Ligar cada nome à sua primeira letrinha.

13) Encontrar no painel de nomes o que possui o número de letras pedido.

14) Encontrar o nome maior, menor.

15) Mostrar para os alunos um pedacinho (sílaba) para que encontrem o nome que começa com o pedacinho mostrado e então copie-o.

16) Encontrar um rótulo que começa com a mesma letra do nome.

4a Etapa

Características de escrita no Nível alfabético


  • A criança descobre como a escrita é representada, ficando agora, várias questões ortográficas.

KAZA (CASA)
GALINA (GALINHA)
BUNEKA (BONECA)


  • A dificuldade na escrita de sílabas complexas (não canônicas), aquelas que ultrapassam a escrita CONSOANTE/ VOGAL, consiste em dificuldade ortográfica. 

Nesse nível, é comum encontrar crianças alfabéticas CV, ou seja, presas em consoante/ vogal. Quando isso acontece, é necessário um trabalho constante de ortografia, sempre privilegiando as sílabas complexas.

Ajude sua turma a desvendar o código escrito e se encantar com a conquista do mundo letrado Na fase alfabética, a criança já consegue compreender que cada uma das letras da escrita corresponde a partes sonoras e gráficas menores que a sílaba, numa apropriação que se convencionou chamar de aquisição da base alfabética. Nesse momento, portanto, é possível identificar, na escrita dos pequenos, uma correspondência sistemática entre letras e fonemas, mesmo que, muitas vezes, a ortografia não seja convencional.

Os pequenos, no entanto, já demonstram preocupação com a grafia correta das palavras, mas ainda podem cometer erros (completamente aceitáveis, aliás!), além dos famosos “cortes” de palavras. E assim, com respeito ao ritmo de cada um e utilizando as intervenções adequadas a cada momento, o código da escrita vai sendo desvendado para a turminha, abrindo as portas para as inúmeras e fascinantes possibilidades do mundo das letras. Promova esse encantamento em seus alunos a partir da atividade a seguir, que envolve o delicioso universo das histórias infantis.

Trabalho simultâneo com letras, sílabas e textos

Objetivo: estimular a leitura de pequenos textos para buscar informações, decodificar e interpretar.

Atividades pontuais:
  • Leitura oral;
  • Interpretação oral e escrita;
  • Reconhecimento de palavras, frases ou letras no texto;
  • Análise de palavras do texto quanto ao número de sílabas e de letras, quanto à letra inicial ou final;
  • Jogos ortográficos.

Atividade para desenvolver a escrita do nível alfabético

Reescrevendo Contos

Objetivos: organizar a história em partes: começo, meio e fim; reproduzir enredos utilizando imagens como base.

Conteúdos trabalhados:

• Conhecimentos sobre as características gerais das narrativas e especificamente do conto em questão
• Procedimentos de escrita: reconstrução oral elaboração de pré-texto
• Aprendizagem do sistema alfabético
• Relação texto-imagem

1. Promova uma reflexão com seus alunos sobre o que é um conto. Produzam, a partir da discussão, um manual de redação com regras imprescindíveis para a elaboração de uma narrativa.

2. Escolha, com a ajuda da turma, um conto de que todos gostem e faça a leitura. Dê preferência a historinhas já conhecidas pelos alunos. Após a leitura, divida, coletivamente, a história em partes.

3. Eleja, aleatoriamente, algumas crianças para desenharem as etapas da narrativa que separam anteriormente. Xeroque os desenhos de acordo com o número de alunos da sua turma.

4. Analise o nível de escrita em que seus alunos estão. A partir dessa avaliação, forme duplas e entregue uma cópia dos desenhos para cada. Procure unir alunos que estão em etapas diferentes na evolução da escrita, para que um ajude o outro.

5. Peça que cada dupla pinte as ilustrações à sua maneira. Depois, coloque a história na ordem correta dos acontecimentos.

6. Organize a hora do conto das historinhas produzidas pelas crianças. Em seguida, peça que redijam por escrito a história que relataram.

7. Troque as produções textuais entre as duplas, para que cada uma revise o texto dos colegas de acordo com o manual de redação produzido anteriormente. Após a correção, peça que os autores passem as composições a limpo. Para finalizar, analise os textos dos pares, apontando as melhorias que podem ser feitas.

8. Quando as histórias estiverem prontas e passadas a limpo, proponha aos pequenos a criação de um livro de contos reescritos, com textos de todos. Para isso, solicite que cada criança faça um desenho bem bonito num pedaço pequeno de papel. Una todas as ilustrações para formar a capa do livro.

9. Faça a montagem da obra da turminha em um caderno de 50 folhas ou digite o conto no computador e imprima. Acrescente a capa e faça as finalizações necessárias. Para agitar as crianças, promova uma tarde de autógrafos com os professores e os alunos de outras turmas. Por fim, entregue o exemplar para a biblioteca da escola.

Concluindo...

... Ao tomar decisões didáticas na alfabetização, considere o seguinte:

1. O nível de desafio: as atividades devem ser, ao mesmo tempo, possíveis e difíceis, ou seja situações-problema que obriguem a pensar e a tomar decisões.

2. As intervenções mais adequadas: as perguntas, sugestões e informações que você, educador, oferece às crianças devem favorecer a reflexão sobre as características e o funcionamento da escrita, para que os alunos possam avançar em seus conhecimentos.

3. Os agrupamentos: devem ser produtivos para a aprendizagem de todos. Para defini-los, você deve se basear no conhecimento que tem sobre as crianças e no objetivo da proposta. É importante que a distância entre os saberes dos alunos (sobre a escrita) 

não seja muito grande, para que um represente desafio para o outro. Se não, há o risco daquele que já escreve fluentemente de forma alfabética atropelar o que está descobrindo as letras.

4. A criança não é hipótese de escrita: ela tem hipóteses provisórias, que não devem se transformar em adjetivos ou rótulos, tampouco em critérios para formação de classes pretensamente homogêneas.

5. As hipóteses de escrita revelam o conhecimento da criança num determinado momento: não são perenes e transformam-se à medida que a criança reflete sobre as características e o funcionamento da escrita convencional, o que só acontece a partir do universo de informações, intervenções e situações didáticas que o professor oferece para a turma.

3ª Etapa

Características de escrita no Nível silábico-alfabético

  • Algumas sílabas são representadas por inteiro. Em outras, faltam letras.
CAVLO (CAVALO) 
HLINA (GALINHA) 
MAKCO (MACACO)


Utilize estratégias eficientes para desestabilizar as hipóteses silábicas dos pequenos.

A redação de um convite para outras turmas da escola servirá de motivação para uma escrita realmente comunitária.

A palavra que melhor caracteriza o nível silábico-alfabético é contradição. Trata-se de uma fase transitória entre o silábico e o alfabético, em que a criança percebe que sua construção silábica não corresponde aos modelos de escrita convencional que ela vê em seu dia a dia, e descobre a necessidade de fazer uma análise que vai além das sílabas. O resultado desse processo é uma escrita mista: ora o aluno generaliza sílabas convencionais e ora representa uma sílaba com apenas uma letra, porém com valor sonoro. Aparece também, com frequência, o uso de letras “coringas”.

Uma boa dica, nessa fase, é o trabalho com cruzadinhas. A ausência de letras nos quadradinhos, em algumas palavras, faz com que a criança pense no caractere que está faltando e elabore suas hipóteses ( ela já compreende que no total dos quadradinhos está representada a escrita convencional da palavra). Conheça uma sugestão que trabalha, na produção textual, a contradição nas hipóteses silábicas dos pequenos.

Trabalho simultâneo com sílabas, letras e nomes próprios

Objetivo: visar a percepção pela criança dos pedaços de sua fala em seus escritos e de como são representados através do destaque silábico dos nomes.

Atividades pontuais:
  • Jogos e atividades variadas com o alfabeto móvel e sílabas móveis;
  • Caça-palavras;
  • Cruzadinhas;
  • Atividades para completar a primeira ou a última sílaba dos nomes;
  • Separação dos nomes em sílabas.

Atividade para desenvolver a escrita do nível silábico-alfabético

Convite especial

Objetivos: apresentar a estrutura textual de um convite; indicar a funcionalidade desse gênero textual no dia a dia.

Conteúdos trabalhados:

• Procedimentos de escrita, revisão e correção
• Características textuais dos convites: formato e conteúdo
• Diferenças entre bilhetes, cartas e cartazes

1. Leve para a sala de aula alguns modelos de convites, para que os pequenos se familiarizarem com a estrutura do texto. Deixe que explorem livremente os materiais e peça que comentem o que acharem.

2. Elabore, junto com a turma, um manual com instruções necessárias para a redação de um convite, levando em consideração a estrutura desse gênero textual.

3. Escrevam, coletivamente, um modelo de convite para que os pequenos tenham contato com esse tipo de escrita.

4. Proponha uma motivação divertida para incentivar a redação dos convites: peça que os pequenos escolham uma historinha de que gostem para encenar, com fantoches, para outra turma da escola. Determine personagens e incentive todos a participarem da dramatização.

5. Quando tudo estiver planejado, oriente cada aluno a elaborar o seu convite, individualmente. Peça que troquem os textos entre si, para que os colegas corrijam os erros que encontrarem. Em seguida, forneça a cada criança um papel bem bonito e peça que passem o texto a limpo.

6. Oriente os alunos a entregarem o seu convite para uma criança da escola, convidando-a para a apresentação.

7. Para finalizar, prepare com a turma uma recepção bem bonita para a apresentação da peça aos colegas.

Dica:
Você pode propor essa atividade em vários momentos diferentes, para incentivar a produção textual e artística e também favorecer a socialização das crianças!

2ª Etapa

Características de escrita no Nível silábico

  • As crianças passam a trabalhar com a hipótese de que a escrita representa a fala.
  • Uma letra para cada sílaba.
  • Qualquer letra para representar.
  • Silábico restrito: qualquer letra CRG (banana) MGE (tubarão)
  • Silábico evoluído: associa letra/ som BNA, BNN, AAA (banana) 
  • Leitura silabando letra por letra: JKU (cavalo)
  • Eixo qualitativo: ATN (banana) Eixo quantitativo: UAPKERT (uva)
IMPORTANTE! É sempre necessário pedir para o aluno ler e marcar a forma como ele o fez.

Instigue as crianças a buscarem correspondências fonéticas nas palavras Se você já consegue identificar, na escrita de seus alunos, tentativas de dar um valor sonoro para cada letra, é hora de desenvolver atividades do nível silábico. Nessa etapa de alfabetização, as crianças descobrem que as palavras se dividem em partes (letras), controladas pelas sílabas e quantidade de letras.

Os pequenos, nessa fase, geralmente necessitam de um tempo maior para avançarem na leitura e na escrita. Porém, esse é, o período de maior importância evolutiva do letramento. Cada letra, para a turminha, vale por uma sílaba, e já se torna possível “ler” o que escreveram (é a época de acompanhar a leitura com os dedinhos!).

No nível silábico, fica mais fácil, para o adulto, compreender a escrita da criança, porém, é preciso desafiá-la sempre, para que não fique satisfeita simplesmente por se fazer entender. O importante é provocar os alunos, ficando sempre de olho no que eles escrevem nos cadernos e questioná-los se as palavras condizem com o seu correspondente fonético. A escrita cultural, nos diferentes gêneros textuais, continua a ser a fonte de referência para a construção das hipóteses das crianças na alfabetização, como você confere a seguir.

Trabalho simultâneo com letras e nomes próprios

Objetivo: estimular o reconhecimento dos sons das letras através da análise 

da primeira sílaba dos nomes.

Atividades pontuais:
  • Desmembramento oral dos nomes em sílabas: pronúncia pausada dos nomes, solicitando-se aos alunos que contem os pedacinhos;
  • Análise sonora sobre as iniciais dos nomes próprios;
  • Completar nomes com a primeira letra;
  • Classificação de nomes próprios com o mesmo número de sílabas;
  • Atividades para trabalhar sons iniciais, finais e rimas dos nomes;
  • Montar nomes com o alfabeto móvel (sem modelo);
  • Colocar letras em ordem alfabética.

Atividade 1 para desenvolver a escrita do nível silábico

Objetivos: diferenciar a escrita de outras formas gráficas em anúncios e embalagens; associar o desenho e a palavra grafada com objetos do meio social; utilizar esses portadores textuais como escrita fixa para aplicar as sílabas em outros textos.

Conteúdos trabalhados: 

• Leitura da imagem e sua relação com o texto, além da intenção do anúncio publicitário (vender)
• Identificação, localização e interpretação de aspectos significativos da propaganda
• Visão crítica da cultura do consumismo

Com seu fascinante universo de cores, textos, fotos, ilustrações e imagens, a publicidade envolve e cativa os pequenos devido ao seu alto apelo lúdico. Como os anúncios já fazem parte do cotidiano da turminha exercite a leitura de textos publicitários e embalagens a partir de produtos diversos.

1) Peça para os pequenos trazerem de casa embalagens, jornais e revistas.

2) Faça uma roda com a turminha e espalhe, no centro, todo o material coletado.

3) Oriente-os a observarem os anúncios publicitários, refletindo sobre a intenção das mensagens e suas características gráficas. Faça o mesmo com as embalagens, identificando logotipos e marcas.

4) Faça um levantamento, junto com a turminha, das semelhanças e diferenças entre os dois textos e compare-os com gênero jornalístico.

5) Leia os textos dos produtos em voz alta e faça comentários sobre eles para os alunos. Peça que as crianças identifiquem letras e palavras que foram lidas.

Dica: Como complementação da atividade, construa um supermercado dentro da sala de aula. Para isso, utilize as próprias embalagens de produtos e mais alguns brinquedos que simbolizem outros itens e monte prateleiras divididas por segmentos (latarias, cereais, grãos, farináceos, etc), com etiquetas de preços arbitrários. Peça para cada aluno elaborar uma lista do que irá comprar no mercado e seguir a relação de itens na hora de realizar a aquisição dos produtos. Depois, oriente que façam uma nova lista, dessa vez escrevendo as marcas de cada produto e registrando seu preço. Além de divertida, a brincadeira do mercado dá sentido às aprendizagens das crianças, mostrando a aplicação da língua escrita.

Atividade 2: para desenvolver a escrita do nível silábico

OFICINA DE PUBLICIDADE

Que tal criar, com os pequenos, uma miniagência de publicidade? Nessa atividade, as crianças vivenciam o trabalho dos redatores e designers de propaganda ao elaborarem textos persuasivos e com apelo comercial. Utilize as embalagens da sugestão anterior para dar suporte ás peças publicitárias da turminha. Para enriquecer a dinâmica, traga de casa revistas, jornais e panfletos publicitários e ofereça-os às crianças como modelos para a realização da oficina.

Objetivos: Elaborar textos dentro do gênero publicitário para panfletos dos produtos do supermercado da escola; refletir sobre a função desse tipo de texto.

Materiais: Papel sulfite, cola, tesoura, canetinhas hidrocor, jornais, revistas.

Conteúdos trabalhados:

• Relação texto-imagem
• Senso crítico em relação às propagandas
• Prática da escrita do gênero publicidade
• Observação e detalhamento de objetos

1. Espalhe pelo chão da sala de aula as embalagens e produtos do mercado da atividade anterior. Pergunte aos pequenos se já viram algum anúncio publicitário dos produtos ali disponíveis, conduzindo as respostas para o conteúdo textual e para as imagens dos panfletos.

2. Divida a sala em trios e explique que cada equipe será uma agência de publicidade. Solicite que escolham a embalagem que desejam anunciar (uma para cada grupo)

3. Atribua às equipes a tarefa de criar um panfleto para o produto escolhido. Ofereça como modelos os panfletos também utilizados na sequência didática das embalagens.

4. Oriente a elaboração dos textos dos anúncios de cada grupo: primeiro oralmente e depois um pré-texto, com contribuições de todos os integrantes.

5. Façam uma revisão coletiva e corrija os textos junto com cada trio.

6. Criem o panfleto com folhas sulfite, recortes de revistas e jornal, cola, tesoura, e canetinhas hidrocor.

7. Para finalizar, tire cópias dos panfletos criados pela turma e distribua-os pela escola, convidando os outros alunos a visitarem o supermercado dos pequenos.

1ª Etapa

Características de escrita no Nível Pré-Silábico 


Imagem da net

  • Movimentos contínuos;
  • Movimentos descontínuos;
  • Semi-letras (pseudo letras);
  • Escrita focada nas letras do nome;
  • Escrita fixa para representar coisas diferentes;
  • Realismo nominal: coisas pequenas, palavras pequenas. Coisas grandes, palavras grandes:
NURG (NENÉM)
FTGRFDPTRARSV (PAI)

  • Leitura seguida;
  • Eixo da quantidade mínima: acha que para escrever é necessário usar 
  • no mínimo 3 ou 4 letras;
  • Eixo qualitativo: acha que para escrever é necessário variar os caracteres.

DSFG (ESCRITA ACEITÁVEL)
AAA (ESCRITA INACEITÁVEL)

A escrita pré-silábica se caracteriza pela não correspondência entre as letras e os sons das palavras. Ao nomearem um animal ou objeto nessa fase, os pequenos escrevem uma série de letras desconexas, e depois as leem sem fazer nenhum tipo de análise. As letras conhecidas, como as do próprio nome da criança, por exemplo, servem como referência para suas tentativas de escrita: isso acontece porque elas ainda não conseguiram perceber que palavras diferentes não podem ser escritas da mesma maneira.

Nesta etapa, os pequenos também costumam relacionar o tamanho do objeto que ela representa, utilizando, por exemplo, muitas letras para escrever “boi” e poucas para “formiga”.

A fase pré-silábica pode ser dividida em dois momentos:

• No primeiro, os alunos conseguem distinguir um desenho de uma escrita, reconhecendo o que é possível ler.

• No segundo, organizam dois conceitos importantes para o processo de alfabetização: que é necessário um mínimo de letras para formar uma palavra inteligível e que, para a escrita, não se deve utilizar caracteres aleatoriamente.

Trabalho simultâneo com letras e nomes próprios.

Objetivo: propiciar às crianças a aquisição de um repertório de letras necessárias para que escrevam a partir da memorização global dos nomes.

Atividades pontuais:
  • número de letras, ordem das letras no nome e tamanho do nome;
  • iniciais de nomes, forca de nomes, memória de letras e nomes;
  • dos colegas à vista de modelo;
  • Memorização global dos nomes dos alunos e da professora;
  • Análise da constituição dos nomes quanto a: letras iniciais e finais, Atividades específicas: bingo de letras, bingo de nomes, bingo de Alfabeto móvel: cobrir as fichas ou crachás, formar o próprio nome e Classificação de nomes que: começam com a mesma letra, terminam com a mesma letra, possuem o mesmo número de letras, nomes grandes e pequenos.

Construção da escrita

Objetivos: levar as crianças a perceberem a necessidade de elaboração de listas (função da escrita); criar uma simulação que permita a exposição, na sala de aula, das chamadas palavras estáveis, que poderão ser utilizadas em atividades futuras.

Conteúdos trabalhados:

• Apresentação do sistema alfabético (A leitura do Alfabeto precisa ser uma rotina diária)

• Apropriação dos procedimentos de revisão de texto (para que haja reflexão sobre os procedimentos primeiro o aluno precisa conhecer esses procedimentos e se apropriar dele, para tanto é necessário que a pratica de revisão seja periodicamente realizada com os textos trabalhados)

• Características textuais do formato mural (conforme os gêneros textuais forem trabalhados, exponha os textos em murais na sala de aula, propiciando contato visual direto com o texto)

• Procedimentos iniciais de revisão de texto

1. Peça aos pequenos que escrevam, em seus cadernos, os nomes de seus animais preferidos.
2. Quando terminarem, solicite que cada criança leia o que escreveu.
3. Dê atenção individual aos alunos nesse momento. Passe de carteira em carteira e avalie como cada criança escreveu o nome do seu bicho predileto. Oriente-as a perceberem que, para nomearem diferentes animais, precisam construir palavras distintas, com letras diversas e em ordem diferente (lembre-se das características da fase pré-silábica).
4. Questione-os, por exemplo, se a palavra macaco possui o mesmo som que o termo cachorro. Essa intervenção será muito importante para que os alunos identifiquem a relação entre palavra e som e passem a buscá-la em seus escritos.
5. Agora, atue como escriba e peça para os alunos dizerem as suas preferências animais e anote na lousa o ditado da turminha. Aproveite a ocasião para chamar a atenção do grupo para os diferentes sons das palavras que você escreveu. Esse é o momento das crianças refletirem sobre a forma de representação das palavras.

Atividades para Alfabetizar

É preciso identificar em que fase de hipótese de escrita a criança se encontra e seguir as sequências didáticas para fazer o aluno avançar nos diferentes níveis:





Um desafio e tanto

Ensinar a ler e a escrever, na atualidade, é algo completamente desafiador. Não é raro encontrar professores que tenham sido alfabetizados por um sistema, tido contato com outro durante a faculdade e ao se tornarem educadores dessa área, se deparado com um terceiro método ou até mesmo um quarto, pois durante a reflexão da prática e na troca de saberes com colegas de trabalho absorvemos muitos ensinamentos (bons e ruins).

Para ensinar com qualidade, você já deve ter percebido que é fundamental se adaptar rapidamente a tantas mudanças, além da ferramenta essencial ao educador que é buscar fundamentação teórica e prática, garantindo estratégias adequadas para o sucesso escolar de seus pequenos. No contexto do construtivismo, a alfabetização parte dos usos da leitura e da escrita que a criança fará em seu cotidiano, e não mais apenas do domínio da escrita alfabética, o que implica que todo o processo seja feito de modo diferente , e para isso, é preciso conhecê-lo muito bem.

Hipóteses de escrita

O novo processo de alfabetização só é possível com a participação ativa dos alunos, que constroem seus próprios conceitos sobre a escrita. A meditação do adulto também é essencial, e deve em consideração os conhecimentos prévios das crianças e a hipótese de escrita em que cada uma encontra. Veja, nas paginas a seguir, exemplos de atividades para cada etapa da construção alfabética de seus alunos. Adapte e aproveite!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Alfabetização - Um Processo De Integração 

Discussão Sobre O Uso Da Letra Cursiva

Refere-se a parte da monografia de conclusão do curso de especialização em linguagem,  Prof.ª: Márcia Regina Schweling Scala. CEFAC - Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica. 

“...Tomando por base a experiência de quatro educadores de três escolas diferentes que adotam a filosofia do sócio-construtivismo com experiência em alfabetização , e que iniciam as crianças no uso de letra cursiva em fases diferentes do processo de alfabetização , procuro na literatura o que justifique o uso , as vantagens e desvantagens em qualquer uma dessas fases , citadas pelos educadores .

Além disso, foram analisadas as produções gráficas de cinquenta e três crianças de dois a seis anos , cursando o período pré-escolar que vai do maternal ao pré II , a fim de atualizar os dados referentes à evolução do grafismo e ,ainda , mais dez crianças cursando a primeira série. As crianças consideradas estão numa faixa etária de dois a sete anos e seis meses , não apresentam déficit cognitivo , alterações psicoemocionais, problemas de aprendizagem e nem problemas de desenvolvimento ou de integridade neuromotora .

O objetivo básico ao consultar os educadores foi tentar entender o que ocorria nos diferentes grupos . Em um a letra cursiva era introduzida no jardim, em outro no pré e no último na primeira série. Considerando-se as diferentes fases de um mesmo processo, existiria um momento que fosse mais adequado para processar a transferência?

O objetivo básico ao consultar os educadores foi tentar entender o que ocorria nos diferentes grupos . Em um a letra cursiva era introduzida no jardim, em outro no pré(1.º ano) e no último na primeira série(segundo ano). Considerando-se as diferentes fases de um mesmo processo , existiria um momento que fosse mais adequado para processar a transferência ?

Diante de alguns questionamentos por parte de orientadores escolares e da necessidade de encontrar respostas mais precisas acerca do desenvolvimento do grafismo, do uso da letra cursiva e de muitas outras questões referentes à alfabetização interessei-me por avaliar o uso da referida letra nas escolas ditas sócio-construtivistas. Ao questionar educadores a respeito de sua introdução e uso, obtinha as mais inusitadas respostas. De acordo com a escola, o professor introduz a referida letra em diferenciadas fases do processo. Os profissionais que introduzem mais tardiamente alegam que existe complexidade no traçado, que devemos respeitar o desenvolvimento visual e motor , levantando ainda a dificuldade imposta mediante o domínio de relações de tamanho (maiúscula e minúscula) bem como , a irregularidade diante do uso da linha (nem sempre permanecem sobre a linha) . Os que introduzem o uso mais precocemente alegam, que nós é que temos algumas visões pré-concebidas sobre o que possa causar dificuldades para a criança; que elas apresentam grande capacidade para lidar com signos e têm especial motivação por fazer uso da mesma forma de escrita utilizada pelos pais .

Para minha surpresa, nenhum profissional consultado fez menção quanto ao fato de estarmos diante do processo conceitual que é a leitura e a escrita, sendo, portanto, mais importante que a criança entenda o valor, a função e as características deste objeto cultural (Contini Jr, ) do que a forma (tipo de letra) que ela possa vir a assumir . Portanto , parece existir uma outra importante e real questão que é a distância entre a teoria e a prática educacional. 

Ao considerar a escrita como uma capacidade de representar idéias com formas gráficas e a letra como um recurso instrumental da leitura e da escrita, acredito que a passagem da letra Bastão para a letra cursiva deve fundamentar-se:

1-) Nas supostas habilidades cognitivas que permitem à criança lidar com muitos signos, apresentados segundo uma única forma desde as fases iniciais do processo de alfabetização . Deve ser primeiro enfatizar o completo conhecimento dos mecanismos envolvidos na leitura e na escrita para, finalmente , efetuar a transcodificação para a cursiva ;

2-) Que devemos fazer diferenciação do processo de escrita enquanto processo conceitual de um processo de escrita motora , podendo estimular o uso de ambas as formas desde que o contexto o possibilite e que este de uso fique claro para o educador e para criança ;

3-) O uso da letra bastão pode ser estendido até a fase de elaboração de narrativas , pela simplicidade que oferece. A transferência de uso de letra pode implicar em perda temporária na velocidade de codificação com algumas quebras no conteúdo das narrativas mas , são alterações rapidamente superadas pela criança. Dessa forma, se a criança atingir o completo conhecimento dos mecanismos da leitura e da escrita no período pré-escolar, a partir de então, a transferência torna-se viável. Se tal fato ocorrer no primeira série, o mesmo procedimento de transferência deve ser adotado.

Pelo que foi exposto , finalizo , concluindo que a criança percorre um longo caminho na construção da escrita até compreender o seu uso, sua função, suas características. Assim, muito embora fique evidenciado que é muito melhor que a letra cursiva seja introduzida após a fase em que a criança já compreendeu o sistema de escrita e, portanto atingiu, no mínimo, um nível alfabético, pois em fases anteriores lida com muitas questões conceituais e situa-se em diferenciadas fases de desenvolvimento cognitivo que lhe dificultariam lidar com signos múltiplos não podemos descartar a possibilidade de um trabalho em grupo existir a emergência do interesse pelo uso da referida letra em fases anteriores, pois, de acordo com Ferreiro, as crianças não passam por esse processo de forma isolada, e, a atividade grupal gera a possibilidade de socialização do conhecimento. Ocorre, no entanto, que o efeito desse estímulo pode surtir impactos diferenciados nos esquemas de assimilação das crianças, fazendo com que cada uma possa interpretar e assimilar de maneiras diferenciadas. Nessa etapa entra a influência do meio de modo a reforçar ou não o seu uso. “Concluindo, existem parâmetros evolutivos de grafismo, de desenvolvimento cognitivo, de níveis conceituais que indicam uma fase mais apropriada para lidar com os caracteres gráficos, mas não deve ser nunca esquecido o contexto de uma forma mais global.”



Conclusão: Caberá a cada educador ler, pesquisar e decidir junto às experiências em classe quando e qual o modo mais adequado de agir na passagem da letra bastão para a cursiva, ressaltando que uma vez decidido, esta transição deverá ser realizada com responsabilidade e planejamento adequado atendendo à diversidade da sala de aula.  

Ao fim da 1ª série, todos devem estar alfabetizados?

“Não necessariamente, apesar de ser recomendável. Se a criança foi exposta a textos e leituras variadas e teve oportunidade de refletir sobre a língua e produzir textos, é bem provável que ela termine essa série alfabetizada. Mas isso depende de outros fatores, como ter cursado a Educação Infantil e recebido apoio dos pais em casa. “Crianças que não têm esse contato com textos e que não convivem com leitores podem precisar de mais tempo para aprender o sistema de escrita. Mas minha experiência mostra que nenhuma criança leva mais de dois anos para isso", diz a educadora Telma Weisz, de São Paulo.

Como na educação não existem fôrmas em que se encaixem as crianças, é papel da escola oferecer condições para que elas se desenvolvam, sempre respeitando o ritmo de cada uma. Quando se pensa a alfabetização como um processo 1.º e 2.º ano, isso ocorre naturalmente, pois os alunos têm possibilidade de se aperfeiçoar no ano seguinte. Quando não há essa chance, eles correm o risco de engrossar os índices de reprovação. O aluno pode iniciar a 2.º ano ainda tendo que melhorar a sua compreensão sobre o sistema de escrita, mas ao fim do segundo ano a escola teve tempo suficiente para ensinar a todos.

Preciso ensinar o nome das letras?

Sim. Como a criança poderá falar sobre o que está estudando sem saber o nome das letras? Ter esse conhecimento ajuda a turma a explicar qual letra deve iniciar uma palavra, por exemplo. Para ensinar isso, basta citar o nome das letras durante conversas corriqueiras. Se a criança está mostrando a que quer usar e não sabe o nome, basta que você a aponte e diga qual é. Trata-se de algo que se aprende naturalmente e de forma rápida, sem precisar de atividades de decoreba que cansam e desperdiçam o seu tempo e o do aluno, existem músicas e brincadeiras que servem para facilitar a memorização do alfabeto.

Como pedir que os alunos leiam e escrevam se eles ainda não sabem ler e escrever de forma convencional?

Canções, poesias e parlendas são úteis para se chegar à incrível mágica de fazer a criança ler sem saber ler. Quando ela decora uma cantiga, pode acompanhar com o dedinho as letras que formam as estrofes. Conhecendo o que está escrito, resta descobrir como isso foi feito. Se o aluno sabe que o título é Atirei o Pau no Gato, ele tenta ler e verificar o que está escrito com base no que sabe sobre as letras e as palavras - sempre acompanhado pelo professor. O leitor eficiente só inicia a leitura depois de observar o texto, sua forma, seu portador (revista, jornal, livro etc.) e as figuras que o acompanham e imaginar o tema. Pense que você nunca viu um jornal em alemão. Mesmo sem saber decifrar as palavras, é possível "ler". Se há uma foto de dois carros batidos, por exemplo, deduz-se que a reportagem é sobre um acidente. Ao mostrar vários gêneros, você permite à criança conhecer os aspectos de cada um e as pistas que trazem sobre o conteúdo. Assim, ela é capaz de antecipar o que virá no texto, contribuindo para a qualidade da leitura.

Iniciar a alfabetização com a letra bastão (forma/imprensa) ou com a letra cursiva?

É importante entender porque a criança aprende primeiramente a letrinha de fôrma e não a cursiva e não simplesmente ensinar só porque a maioria faz assim e dá certo! Realmente, dá certo, mas há uma explicação do motivo pelo qual essa maneira é a melhor!

A criança está desenvolvendo a motricidade na fase da alfabetização e a letra do tipo bastão é mais fácil para se adequar neste momento. Os rabiscos começam a se endireitar e formar letras.

As letras de fôrma/imprensa/bastão são ideais para esta fase, pois os caracteres são individuais e podem ser escritos um após o outro. Os traços são resumidos a pauzinhos aglomerados uns nos outros. Já as letras cursivas exigem uma agilidade maior, uma vez que, além de outras finalidades, são utilizadas para tornar o registro mais rápido.

O traçado simples das letras de fôrma dão maior liberdade no ato da escrita, ao contrário das “letras de mão” que precisam de uma organização maior. O ato de ligar uma letra a outra também dificulta o processo, pois anula a ação de tirar o lápis do papel e investir as forças na próxima letra, o que ordena um esforço motor maior.

Além disso, antes mesmo de serem alfabetizadas, as crianças já possuem contato com as letras de imprensa em jornais, na televisão, em livros, gibis. Elas não conseguem ler, mas fica na memória visual das mesmas.

Logo, a percepção da letra de fôrma é mais rápida e fácil do que da letra cursiva. No entanto, é importante trabalhar com esta última, assim que o aluno se habituar à primeira. Não há problemas se as duas formas coexistirem por um tempo, porque independente da letra o que deve sempre estar em foco é a escrita. Pois mais importante do que a letra que a criança escolhe, é a compreensão da escrita como um ato de comunicação.

Por Sabrina Vilarinho, Graduada em Letras, Equipe Brasil Escola

☻A Leitura em Voz Alta feita pelo professor de textos de qualidade. 

Não adianta ler só para si ou apenas para um pequeno grupo de alunos. Torne o momento da leitura uma rotina, um momento mágico cercado de silêncio e atenção.

*Hora da Leitura:

Leitura em Voz Alta Feita Pelo Professor: É o momento especial do professor ler para os alunos, com a intenção de despertar o interesse, de provocar o desejo, de mostrar o prazer que pode nos trazer a leitura... É quando o professor se torna um bom modelo de leitor, compartilhando com os alunos a leitura de livros que os alunos não seriam capazes de ler sozinhos. Aqui se inclui o caso de livros com textos longos (e às vezes difíceis) que por sua qualidade e beleza, podem vir a encantá-los e o professor torna possível o acesso a essa leitura aos alunos, a leitura pode ser feita em capítulos em diversas aulas, quando se tratar de textos longos. A leitura de textos realizada pelo professor precisa ser uma prática continuada e freqüente, pois, são estes textos que podem se converter em referências de escrita para os alunos. Também é o momento em que as crianças aprendem a apreciar o momento das histórias, acompanhando com atenção crescente a leitura do professor, a comentar trechos das histórias lidas e seus personagens, com a ajuda do professor, a demonstrar seu gosto literário quando escolhe os livros a serem lidos. Atenção professor no momento de selecionar os textos! Escolha sempre textos com qualidade. Evite as versões adaptadas, que simplificam o conteúdo e a linguagem do texto. Esses textos pouco contribuem para a formação de seus alunos enquanto leitores e escritores.

"Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever”.

Quais condições devem ser garantidas nas situações em que o professor lê em voz alta para os alunos?

- Horário nobre.
- Bons textos.
- Leitura para deleite.
- Explicar aos alunos os motivos pelos quais deseja compartilhar a leitura com eles.
- Evitar leituras com finalidade didática.
- Entre os textos de gêneros informativos, evitar textos com informações banalizadas, simplificadas e incompletas.
- Opinar sobre o que leu, colocando seus pontos de vista aos alunos.
- Escutar o ponto de vista dos alunos: a parte que mais gostaram e que menos gostaram, o que acharam da leitura.
- Oferecer elementos contextuais que dão sentido à leitura e favorecem a antecipação do assunto (onde encontrou o texto, seu portador, ler partes do prólogo do livro e dados biográficos)


- Aja com seus alunos como gostaria que seus professores tivessem agido com você para ajudá-lo a ser leitor interessado em qualquer tipo de texto

Leitura Feita pelo Aluno: Agora chegou a hora de ver se a estratégia está funcionando. Deixe que os alunos se deliciem com a leitura, crie oportunidades para que eles leiam das mais diversas formas possíveis. Possam explorar livros, revistas, gibis e jornais livremente, nos cantos de leitura. Estimule o empréstimo de livros para que os familiares façam a leitura e eles recontem na sala, se tiverem livros com textos não verbais eles podem interpretar e contar a historia ao grupo.

Por que é fundamental que o professor escreva todos os dias na frente dos alunos e compartilhe com eles situações reais de uso funcional da leitura e da escrita?

A escrita da lista das atividades da rotina do dia, os nomes dos ajudantes do dia, os nomes das duplas/grupos de trabalho, o título do texto que será lido no momento da leitura... São situações nas quais as crianças podem observar um “escritor” mais experiente escrevendo e ampliar as noções que já possuem sobre os procedimentos que envolvem o ato de escrever.

PROFESSOR ESCRIBA:

Por que escrever pelos alunos pelo menos uma vez por semana e propor atividades diárias em que os alunos ditam o texto e você professor escreve?

Pelo menos uma vez por semana escrever pelos alunos:
Uma lista de palavras cujo tema tenha significado no contexto do trabalho realizado até o momento. Pode ser uma lista com os nomes da turma organizados em ordem alfabética, dos nomes e da data de nascimento para a elaboração da “Agenda de Aniversários”, dos dias da semana, dos títulos das histórias lidas, dos nomes dos personagens preferidos, dos títulos das cantigas trabalhadas... Cartas ou bilhetes, produzidos de forma conjunta com a turma. O assunto pode variar: bilhete para pesquisar os nomes dos familiares mais próximos, para pesquisar a letra de uma cantiga, para obter informações sobre a data de nascimento dos alunos e outros dados que possam vir a fazer parte da “Agenda de Aniversários”. A letra de uma cantiga, uma quadrinha, uma parlenda - eles podem ditar o texto para que você a escreva na lousa.

*TEXTOS TRABALHADOS DOS DIVERSOS GÊNEROS, COMO:

-INFORMATIVOS
-CIENTIFICOS
-JORNALISTICOS
-LITERÁRIOS
-INSTRUCIONAIS
-CANTIGAS
-PARLENDAS
-TRAVA-LINGUAS
-LETRAS DE MÚSICAS
-QUADRINHAS
-LISTAS DE NOMES,FRUTAS, BRINQUEDOS...
-CONTOS DE FADA
-FÁBULAS
-POEMAS
-HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
-CONVITES
-BILHETES
-PLACAS
-ANUNCIOS
-CAPAS DE LIVRO
-ANEDOTAS
-OUTROS, CONFORME NECESSIDADE

E o essencial, para que os itens acima sejam alcançados é ter o perfil de professor alfabetizador, gostar de alfabetizar, o que significa estar disposto a enfrentar os desafios e trabalhos exigidos no ofício de alfabetizar. Uma alfabetização de sucesso exigem compreensão e conhecimento do professor alfabetizador.

☻ O Ambiente Alfabetizador. Não significa necessariamente uma poluição visual de informações, lembrando que a construção desse ambiente deve ter a participação do aluno, trazendo assim para cada aluno um maior significado às informações trabalhadas. 


Monte seu alfabeto, seu calendário, sua rotina, sua listinha de chamada, em fim, seu kit sala de aula (em EVA ou papel), mas SOMENTE FIXE NAS PAREDES COM A AJUDA DOS ALUNOS, explicando a funcionalidade de cada um dos objetos a serem fixados.

1- O que é o Ambiente Alfabetizador?

Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças têm a oportunidade de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de presenciar e participar de diversos atos de leitura e de escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, construindo idéias sobre como se lê e como se escreve.

Na escola são variadas as situações de comunicação que necessitam da mediação pela escrita. Isso acontece, por exemplo, quando se recorre a uma instrução escrita de uma regra de jogo, quando se lê uma notícia de jornal de interesse das crianças, quando se informa sobre o dia e o horário de uma festa em um convite de aniversário, quando se anota uma idéia para não esquecê-la ou quando o professor envia um bilhete para os pais e tem a preocupação de lê-lo para as crianças, permitindo que elas se informem sobre o seu conteúdo e intenção.

Todas as tarefas que tradicionalmente o professor realizava fora da sala e na ausência das crianças, como preparar convites para as reuniões de pais, escrever uma carta para uma criança que está se ausentando, ler um bilhete deixado pelo professor do outro período etc., podem ser partilhadas com as crianças ou integrarem atividades de exploração dos diversos usos da escrita e da leitura.

A participação ativa das crianças nesses eventos de letramento configura um ambiente alfabetizador na instituição. Isso é especialmente importante quando as crianças provêm de comunidades pouco letradas, em que têm pouca oportunidade de presenciar atos de leitura e escrita junto com parceiros mais experientes. Nesse caso, o professor torna-se uma referência bastante importante. Se o educador trouxer os diversos textos utilizados nas práticas sociais para dentro da instituição, estará ampliando o acesso ao mundo letrado, cumprindo um papel importante na busca da igualdade de oportunidades.

Algumas vezes, o termo “ambiente alfabetizador” tem sido confundido com a imagem de uma sala com paredes cobertas de textos expostos e, às vezes, até com etiquetas nomeando móveis e objetos, como se esta fosse uma forma eficiente de expor as crianças à escrita. É necessário considerar que expor as crianças às práticas de leitura e escrita está relacionada com a oferta de oportunidades de participação em situações nas quais a escrita e a leitura se façam necessárias, isto é, nas quais tenham uma função real de expressão e comunicação.

A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é fundamental para a constituição do ambiente de letramento. A seleção do material escrito, portanto, deve estar guiada pela necessidade de iniciar as crianças no contato com os diversos textos e de facilitar a observação de práticas sociais de leitura e escrita nas quais suas diferentes funções e características sejam consideradas. Nesse sentido, os textos de literatura geral e infantil, jornais, revistas, textos publicitários etc. são os modelos que se pode oferecer às crianças para que aprendam sobre a linguagem que se usa para escrever.

O professor, de acordo com seus projetos e objetivos, pode escolher com que gêneros vai trabalhar de forma mais contínua e sistemática, para que as crianças os conheçam bem. Por exemplo, conhecer o que é uma receita culinária, seu aspecto gráfico, formato em lista, combinação de palavras e números que indicam a quantidade dos ingredientes etc. assim como as características de uma poesia, histórias em quadrinhos, notícias de jornal etc.

Alguns textos são adequados para o trabalho com a linguagem escrita nessa faixa etária, como, por exemplo, receitas culinárias; regras de jogos; textos impressos em embalagens, rótulos, anúncios, slogans, cartazes, folhetos; cartas, bilhetes, postais, cartões (de aniversário, de Natal etc.); convites; diários (pessoais, das crianças da sala etc.); histórias em quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis; parlendas, canções, poemas, quadrinhas, adivinhas e trava-línguas; contos (de fadas, de assombração etc.); mitos, lendas, “causos” populares e fábulas; relatos históricos; textos de enciclopédia etc.

Nas palavras de Emília Ferreiro, criar um ambiente alfabetizador significa organizar a sala de aula de maneira que cada parte ofereça materiais que favoreçam a aquisição de conhecimentos:

- Canto da leitura;
- Materiais diversos com ilustrações e escritas ( jornais, revistas, dicionários, folhetos, embalagens, etc.);
- Alfabeto ilustrado;
- Seqüência numérica;
- Calendário;
- Painel de aniversariantes:
- Painel de ajudantes;
- Listão de palavras.

As crianças possuem diferentes preferências por uma atividade ou outra, cada criança também um ritmo que lhe é próprio, ou seja, o desenvolvimento das suas atividades psicomotoras, de seu relacionamento com os outros, de sua fala e diversas outras formas de comunicação vão acontecendo para cada criança em épocas relativamente distintas. As crianças reagem de formas diferentes, por isso o ambiente alfabetizador precisa ser organizado e assimilado aos hábitos de trabalho que contribuem para a independência da criança.

Muitas vezes a mesma sala é dividida com turmas de outros horários. É importante que os professores entrem em acordo sobre a utilização do espaço, a fim de que um não atrapalhe o outro. Os professores poderão também desenvolver nos alunos o respeito pelo material exposto por outra turma.

Os materiais expostos nas paredes devem ter o mínimo de ordem e clareza, não devendo ter poluição visual. A sala de aula deve ser motivadora da leitura, da escrita e do manuseio do material didático.
Um ambiente alfabetizador é aquele que promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e de escrita em que as crianças têm a oportunidade de participar.

SUGESTÕES QUE DEVEM SER UTILIZADAS PARA TORNAR A SALA DE AULA UM LUGAR AGRADÁVEL, COM AMBIENTE ALFABETIZADOR BONITO E PROPÍCIO Á ALFABETIZAÇÃO:

♥PARA EXPOR NOS VARAIS OU EM PAREDES DAS SALAS DE AULAS:
-OS ALGARISMOS  (NÚMERAL E QUANTIDADES);
-ALFABETO (QUATRO TIPOS DE LETRAS: Imprensa / Cursiva - Maiúscula e Minúscula);
-LISTA NOMINAL DOS ALUNOS, A CHAMADINHA, EM ORDEM ALFABÉTICA (LETRA BASTÃO MAIÚSCULA-GRANDE);
-CALENDÁRIO;
-A ROTINA SEMANAL;
-RELÓGIO; 
-BANCO DE PALAVRAS (EM ESTUDO);

♥PARA TER  EM SALA DE AULA:
-ALFABETO MÓVEL
-CANTINHO DE LEITURA
-CAIXA DE BRINQUEDOS
-MURAL DE UNIDADES DE ESTUDO(GEOGRAFIA-HISTÓRIA-CIÊNCIAS;)
- FOLHETOS DE PROGRAMAÇÃO
-MANUAIS DE INSTRUÇÃO
-JORNAIS
-REVISTAS
-RÓTULOS
-RECEITAS
-BULAS DE REMÉDIOS
-CAIXA DE MATERIAL CONCRETO(PAUZINHOS, PEDRINHAS, FEIJÕES, ETC) PARA UTILIZAR NAS QUATRO OPERAÇÕES.
-LIVROS DIVERSOS PARA O MANUSEIO DAS CRIANÇAS.

☻O Desenvolvimento de uma rotina no planejamento das aulas. Criando assim uma ordenação que poderá ser interiorizada em cada aluno, até mesmo no professor, permitindo uma sequencia didática mais definida e que pode ser trabalhada de forma mais favorável tanto na ensinagem como na aprendizagem.

1- Por que o uso de uma Rotina Semanal no planejamento da Alfabetização?

Organizar uma rotina semanal é fundamental para orientar o planejamento e o cotidiano da sala de aula. Ela se expressa na forma como são organizados o tempo, o espaço, os materiais, as propostas e intervenções do professor e revela suas intenções educativas.

Quando o adulto informa à criança sobre sua programação diária, está lhe ajudando a ampliar as suas noções de tempo, construindo importantes noções de anterioridade e posterioridade. Tal atitude traz conseqüências, também para o emocional dos alunos, que se sentem menos ansiosos ante uma rotina que conhecem previamente.

Outro ponto importante com a utilização da rotina no planejamento semanal é a garantia de estar trabalhando a formação integral da criança, como: a linguagem oral, a leitura, a escrita abrangendo (produção e revisão textual, análise lingüística da formação das palavras (relação grafema/fonema), contato com diferentes gêneros textuais, o calendário, o raciocínio lógico matemático, a ludicidade, as diferentes áreas do conhecimento todos contextualizados e articulados, buscando situações reais de uso social da leitura, da escrita e da oralidade.

2- Qual é a Rotina Semanal da Alfabetização? Diga qual o objetivo de cada item desta rotina.

FREQUÊNCIA SEMANAL  DOS ÍTENS 

Acolhida........................................... Todos os dias 
Calendário.........................................Todos os dias 
Leitura Compartilhada..................... Todos os dias 
Hora da Atividade............................ Todos os dias 
Roda de Conversa............................ Todos os dias 
Registro da Roda de Conversa......... Todos os dias 
Para Casa.......................................... Exceto na 6.ª feira 
Hora da Leitura: Leitura em Voz Alta feita pelo Professor e Leitura pelo Aluno.......... No mínimo duas vezes por semana 
Produção de Texto ..............................................................................................Uma vez por semana 
Revisão de Texto .................................................................................................Uma vez por semana 
Recreação Dirigida/Educação Física ................................................................Uma vez por semana 
Artes .....................................................................................................................Uma vez por semana 

Nessa proposta de alfabetização, a rotina semanal contempla:

- Acolhida: É o momento lúdico de receber o aluno de forma prazerosa, é a hora da conquista, a hora de definir a sua aula; 
- Calendário: O calendário é um recurso muito útil para que os alunos se aproximem da idéia sobre a medida de tempo. Isso porque o registro de acontecimentos do dia-a-dia auxilia na percepção e no registro de seu transcurso.
- Leitura Compartilhada: É a hora de compartilhar com os alunos a leitura de diferentes gêneros textuais partindo para a apreciação do texto, conhecimento da estrutura deste gênero textual, análise linguística de algumas palavras, ela também é um meio que favorece a integração do trabalho de leitura e de escrita com as demais áreas do currículo; 
- Hora da Atividade: Abrangerá as situações didáticas de reflexão sobre o sistema de escrita alfabético e a apropriação da linguagem que se escreve, como também do raciocínio lógico matemático e dos demais conteúdos, todos na medida do possível, integrados ao tema mensal. Na hora da atividade. haverá uma diversidade de atividades com diferentes propósitos e, ao mesmo tempo, uma repetição delas para que o desempenho dos alunos seja cada vez melhor. Não é preciso inventar novas atividades a cada dia, mas é importante variar o gênero que vai ser trabalhado (contos, parlendas, listas, poemas, textos instrucionais etc.).
- Roda de Conversa: É a hora de estimular a oralidade das crianças, observar sua participação, conhecer um pouco de sua vivência mediante o tema ou situação levantada para discussão.
- Registro da Roda de Conversa: É a oportunidade que se tem de escrever com um propósito real (para se lembrarem da conclusão da roda de conversa), a escrita vai depender do encaminhamento da roda de conversa, pode ser: uma lista, um bilhete, uma carta, uma poesia etc. Nesta hora as crianças terão a oportunidade de presenciar a escrita tendo como modelo o seu professor, observando: o direcionamento da escrita, a disposição do texto escrito no papel, a relação entre fala e escrita. É um momento muito importante para as crianças.
- Produção de Texto: É preciso que nunca se perca de vista que não há como criar do nada, é preciso ter boas referências. Por isso a formação de bons escritores depende não só de uma prática continuada de produção de textos, mas de uma prática constante de leitura. É o momento da rotina em que as crianças mesmo sem saber escrever convencionalmente, produzirão textos tendo o professor como escriba, as crianças ditam e o professor escreve. Trata-se do momento em que as crianças terão a proposta de produzir um texto sabendo para que e para quem estão produzindo, revestindo a escrita de seu caráter social, como também as características do gênero textual proposto para a escrita; isto porque já escutaram a leitura de uma variedade deste gênero textual e refletiram sobre os aspectos próprios do mesmo tendo o professor como o mediador.
- Revisão Textual: É um espaço privilegiado da rotina de articulação das práticas de leitura, produção escrita e reflexão sobre a língua (e mesmo de comparação entre linguagem oral e escrita). Trata-se do conjunto de procedimentos por meio dos quais um texto é trabalhado até o momento em que esteja bem escrito. Esse procedimento é aprendido por meio da participação dos alunos em situações coletivas de revisão de texto, onde o professor é mediador entre o texto e as crianças. O professor precisa selecionar em quais aspectos pretende focar a revisão, ou bem se foca a atenção na coerência da apresentação dos conteúdos, nos aspectos coesivos e pontuação, ou na ortografia.
- Recreação Dirigida/Educação Física: Brincar e jogar são fontes de lazer assim como fontes de conhecimento: por essa dupla natureza consideramos o brincar parte integrante da rotina educacional. Assim o momento da recreação funciona como cenário no qual os alunos tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la.
- Artes: É o momento de se expressar de forma criativa através da arte: do desenho, da pintura, da construção, da modelagem, dobraduras, colagem, dramatização e música, construindo uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal, respeitando a própria criação e a dos colegas. é quando se aprende a apreciar os valores estéticos, a desenvolver a atenção e a observação.
- Para Casa: Agora é hora do professor orientar bem os alunos sobre a tarefa de casa, estimulando a autonomia, a fazer sozinho o que foi trabalhado em sala.

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